Dia Mundial Sem Tabaco alerta contra propaganda
Para marcar o Dia Mundial Sem Tabaco, comemorado nesta sexta-feira (31/05), a Organização Mundial de Saúde (OMS) chama a atenção da população contra as estratégias do mercado para conquistar os fumantes. Com o tema “Ingerências da Indústria do Tabaco nas Políticas de Governo”, a campanha quer mostrar como as empresas atuam para derrubar as ações de combate ao tabagismo.
O uso do tabaco é uma das principais causas de doenças e de mortalidade prematura em todo o mundo. De acordo com dados da OMS, 6 milhões de pessoas morrem todos os anos por doenças relacionadas com o tabaco e, o mais alarmante, mais de 600 mil vítimas são fumantes passivos.
Segundo a Pesquisa ITC (International Tobacco Evaluation), que integra o Projeto Internacional de Avaliação das Políticas de Controle do Tabaco, a crescente restrição da publicidade e da promoção de produto de tabaco no Brasil reduziu a percepção (ou seja o estímulo) das propagandas desses produtos por adultos fumantes e não fumantes. O levantamento foi lançado nesta semana na sede da Organização Pan-Americana de Saúde/Brasília. As entrevistas para a coleta dos dados foram feitas em três capitais brasileiras (São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre).
A OMS acredita que a propaganda, a promoção e o patrocínio de eventos por produtos de tabaco e seus fabricantes contribuem para a expansão da epidemia do tabagismo no mundo. Por outro lado, as medidas restritivas à divulgação destes produtos ajudam a diminuir a exposição das pessoas à sedução da indústria tabagista.
O artigo 13 da Convenção para Controle do Tabaco da Organização Mundial de Saúde, ratificado pelo Brasil em 2005, prevê o banimento de propaganda, promoção e patrocínio do tabagismo. A luta contra o poder de sedução desta indústria vem avançando no país desde 2001. No final de 2011, a Lei Federal nº 12.546 proibiu a propaganda nos pontos de venda dos produtos de tabaco, ampliando a restrição aplicada anteriormente aos meios de comunicação como jornais, revistas e televisão. A partir de 2016, as imagens de advertências sanitárias deverão ocupar 30% da frente das embalagens dos produtos de tabaco.
O tagabismo causa malefícios para as pessoas e para o planeta. A fumaça do cigarro contém mais de 4.700 substâncias tóxicas, entre elas, arsênico, amônia, monóxido de carbono, substâncias cancerígenas, além de corantes e agrotóxicos em altas concentrações, conforme dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca).
A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) ainda alerta para o risco do fumo passivo para toda a família. Além da tosse, irritação nos olhos e nariz, dor de cabeça, alergias, doenças cardíacas, dores no peito, aumento da pressão arterial e transtornos de memória e do sono, quem respira passivamente a fumaça do fumante com frequência pode ter a capacidade do pulmão diminuída e correr mais risco de ter aterosclerose, infarto, infecções respiratórias, câncer de pulmão e mais ansiedade e hiperatividade.
Saiba mais
O tabagismo é responsável por aproximadamente 50 doenças. O uso do tabaco pode provocar:
– angina
– infarto do miocárdio
– bronquite crônica
– enfisema pulmonar
– doenças vasculares
– câncer (pulmão, boca, laringe, faringe, esôfago, bexiga, estômago, pâncreas, fígado, rim, bexiga, cólo de útero)
– hipertensão arterial
– aneurismas arteriais
– úlcera do aparelho digestivo
– infecções respiratórias
– trombose vascular
– osteoporose
– impotência sexual no homem
– infertilidade na mulher
– menopausa precoce
– complicações na gravidez
Fonte: Instituto Nacional de Câncer (Inca)